Vídeos musicais textuais (reprise)

Retomo o tema para acrescentar mais algumas notas sobre os precursores deste importante subgénero dos diaporamas videomusicais.

O surgimento dos vídeos musicais textuais (lyric music videos) remonta, pelo menos, ao clássico Sign ‘O’ the Times de Prince (1987), que foi produzido pela editora perante a recusa do músico em gravar um vídeo para o seu single. O género, relativamente bissexto na sua pretérita difusão televisiva, tem vindo a ganhar uma crescente preponderância nos últimos anos, servindo como uma espécie de “pré-vídeo musical” para garantir a imediata presença do lançamento de um novo tema de um artista nos portais de partilha de vídeos (sobretudo o YouTube) e alguns deles lograram mesmo obter uma popularidade assinalável (o recente caso de Cee-Lo Green vem de imediato à mente). Ainda assim, recordo alguns exemplos de vídeos musicais textuais anteriores à convergência do formato para a Web Social, como o que deixo de seguida para um tema dos Grandaddy em 2000. No entanto, na altura, esta era apenas uma das imensas possibilidades de concretização de um produto videomusical para ser transmitido pela televisão musical e não tinha o significado que tem hoje em dia, que remete para a inapelável convergência da fruição musical multimediática para o formato videomusical. É ainda possível estabelecer uma relação entre este subgénero videomusical karaoke com as animações tipográficas ou tipografias cinéticas (o Vimeo tem mesmo uma canal dedicado ao género), cuja origem pode ser traçada ao genérico criado por Saul Bass para o filme North by Northwest de Alfred Hitchcock (1959) (2.2 KRASNER 2008: 68-70).

Deixo de seguida, por ordem cronológica, os diversos exemplos citados neste post e cuja visualização denota bem a relação e evolução desta prática videomusical.